25 de dezembro de 2008

Os melhores de 2008

2008 está chegando ao fim. Com certeza um ano que não foi bom. Sem entrar em muitos detalhes, basta dizer que o Vasco foi rebaixado. Porém, podemos dizer que pelo menos os lançamentos no cinema e na música não decepcionaram (mas também não chegaram a empolgar!)


No campo do audiovisual, destaco "A culpa é do Fidel", com excelente direção da estreante Julie Gavras. O vencedor da Palma de Ouro de Cannes de 2007, o romeno " 4 meses, 3 semanas e 2 dias" de Cristian Mungiu também não fica atrás, mostrando o bom momento que atravessa o novo cinema da Romênia com fortes influências do neo-realismo belga. Por falar em neo-realismo belga, os irmãos Dardenne voltaram com o ótimo " O silêncio de Lorna". O cinema alemão também apresentou boas obras, destaque para " A vida dos outros" com direção de Florian Henckel von Donnersmarck e " Do outro lado" de Fatih Akin. O cinema nacional também apresentou alguns bons filmes, com destaque para Estômago, uma ótima estréia de Marcos Jorge na direção e excelente atuação do ator João Miguel e "Linha de passe" de Walter Salles.

Falando um pouco das produções de Hollywood, meu destaque vai para "Batman, O cavaleiro das trevas", com atuação fantástica de Ledger no papel do Coringa, com certeza o melhor personagem de todos os Batmans.
Ainda em Hollywood, o thriller "Aonde os fracos não têm vez", primou pela ótima ambientação sonora, além de grande atuação de Javier Baden. Woody Allen também não decepcionou. Vicky Cristhina Barcelona é um filme leve, de humor inteligente e cativante. Porém, o grande destaque do ano vindo dos EUA é a comédia " Rebobine Por Favor" de Michel Gondry, que prima pela criatividade do roteiro, pelas sacadas inteligentes e pelos ótimos momentos de Jack Black e Denis Glover. Vale a pena conferir pois ainda está em cartaz.


Fechando, o melhor filme do ano, na humilde opinião deste "Saqueador", fica por conta de "Gomorra", o filme italiano, vencedor em Cannes, apresenta a realidade dura e crua, sem apelos para o emocional. O filme é cansativo e é nesse cansaço que o diretor triunfa! Bem diferente por exemplo de "Tropa de Elite", o filme apresenta narrativas descentralizadas, não utiliza recursos sonoros externos, não foca em personagens principais e com isso garante a não identificação sentimental do público com a realidade descrita. Por não apelar para a ação espetacular típica de um thriller(que acaba por glamurizar o Bope), muitas vezes o filme se torna enfadonho, com muitas histórias se cruzando, não permitindo ao público uma tomada de referência ou de partido por alguém. Resumindo, fantástico. Aquele filme que te faz refletir durante semanas, e que vai se tornado grandioso dias após ter sido visto!


Já no mundo fonográfico, meus destaques vão para: "Viva la Vida" um dos melhores discos do Coldplay, produzido pelo badalado Brian Eno. O rock britânico também contou com a volta dos irmãos Gallagher do Oasis com "Dig Out Your Soul" melhor disco da banda desde "Be Here Now" de 1997. Sir Paul Mccartney também marcou presença com o bom The Fireman. Quem não repetiu a dose dos dois primeiros cd´s foi o Keane, que mudou a sonoridade, acrescentando guitarras, mas não decolou. Um cd bastante enjoadinho na minha opinião. Entrando no cenário mais alternativo, destaco o bom cd do Hot Chip "Made in the Dark", que conseguiu conquistar o circuito indie-pedante brasileiro. Mas o melhor do Reino Unido, ficou por conta de Alex Turner e seu ótimo projeto paralelo The Last Shadow Puppets, The Age Of The Understatement inpirado em ScottWalker e David Bowie , um album recheado de rocks dancantes e baladas inteligentes. Da fria Islândia, Emiliana Torrini lançou o bom "Me and Armini" e o Singur Ros com Með Suð í Eyrum Við Spilum Endalaust ( que quer dizer mais ou menos: tocamos para sempre com um zumbido nos ouvidos) também marcou presença.

O Portishead lançou em 2008 o elogiadíssimo "Third" e com certeza foi um ponto alto da cena rock do ano. O trip hop da banda inglesa ainda sobrevive nas experimentações eletrônicas de Geoff Barrow e na voz sexy e marcante de Beth Gibbons. Destaque para a sombria "The Rip"

Na música nacional o ano não foi muito bom. Nossa MPB vive uma crise braba. Destaque para os bons e velhos de sempre. Tom Zé e seu "Ensinando a bossa, Nordeste Plaza", é sempre um caso à parte, e dessa vez com direito a polêmica com Caetano Veloso.

No início do ano, Adriana Calcanhotto voltou a cena após um longo período de dedicação ao universo infantil, lançando o bom cd "Maré". O rock nacional que não atravessa também um bom momento vive a onda do neo-folk, com Vanguart, Malu Magalhães e compania. Há quem goste. O Rappa também apresentou trabalho novo. Eu escutei e achei apenas regular. Marcelo Camelo lançou o disco "Sou" e foi bastante elogiado pelos fãs de Los Hermanos. Já Rodrigo Amarante montou com Fabrizio Moretti do Strokes o Little Joy e o cd que também leva o mesmo nome da banda é excelente. Destaco a belísima música "With Strangers" e seus ótimos backing vocals.


Bom, é isso. Que 2009 seja um ótimo ano. E se depender dos shows já agendados, tem tudo para ser um dos melhores de nossas vidas. É claro que Radiohead é o destque, e que estamos todos na torcida para a confirmação de Paul Mccartney no Brasil!

Um comentário:

Anônimo disse...

Adicionaria a lista o In Rainbows do Radiohead, disparado o melhor CD de 2008, apesar de ter sido lançado na internet em 2007(se não me engano)

destaque tb para o El Divo no cinema e para o fraco festival de cinema do Rio....o cinema neste ano de 2008 foi apenas regular..