São diversas questões que realmente estão na alçada da municipalidade, sendo sua obrigação resolve-las. O problema está na forma e hipocrisia do projeto. O vendedor ambulante, não está ali porque ele quer. Ele está trabalhando, tentando garantir o seu sustento. Ele é fruto de uma drama social brasileiro, de uma política econômica que exclui e dizima milhares de postos de trabalho, jogando na rua, sem perspectiva esses sujeitos considerados pelo mercado como “não qualificados”.
As chamadas moradias ilegais, na verdade ocupações, muitas realizadas com o apoio de diversos movimentos sociais como o movimento dos sem teto, nada mais são do que uma solução encontrada por pessoas que não possuem moradia. Fruto de um profundo descaso do Estado Brasileiro com a questão do direito a moradia. Não existem políticas públicas no momento que sejam capazes de pelo menos diminuir o contingente de desabrigados. A ocupação tornou-se não só solução como ato político em diversos casos.
Como eu disse acima, combater a ilegalidade e a desordem urbana é uma boa atitude. Só não devemos confundir trabalhadores com bandidos, moradores de rua com ratos, desabrigados com meros invasores. Eu inclusive daria uma dica ao novo secretário da desordem urbana, porque não combater em duas frentes, não somente nas ruas, mas também na fonte, no nascedouro das ilegalidades praticadas na nossa cidade maravilhosa. Neste caso seria necessário uma ação no Palácio da Cidade, um choque de ordem no Prédio da Prefeitura bem ali na Cidade Nova. Quem sabe não se perceberia que se as inúmeras secretárias fizessem seus trabalhos não seria necessário criar uma nova secretária para “limpar” no sentido fascista do termo, a cidade.