20 de abril de 2009

F.E.B.E.A.P.Á

É impressionante como às vezes fica difícil atualizar este amontoado de reclamações. Não é que falte assunto não. Criticas sempre temos, nem que seja para criticar a falta de crítica. Falta é saco! A cada dia que passa, mais velhos, chatos, rabugentos ficamos. O veneno não para de escorrer engrossando o já superacido caldo do nosso azedume. Mas falta saco!

Assumo não ter mais paciência para ler jornais, acompanhar telejornais, o William Quake não me irrita mais, a Miriam Porcão é ridícula mesmo, continuo com nojo do Sardenberg, mas fazer o que? Acho triste o estado psicológico do Jabor, sigo com pena da mediocridade do Diogo “nossa anta” Mainardi. É horrível, mas um certo grau de conformismo me toma às vezes. É trágico constatar que o governo que se elegeu com um projeto de mudança ao fazer somente uns 20 % do que deveria já conta com a satisfação da população. É óbvio que a classe merdia sempre projeta sua ira santa contra os casos de corrupção. Mas nem isso mais se pode criticar o governo e o PT. A corrupção atinge não só os políticos da oposição mas como até mesmo o funcionalismo publico . Com a oportunista idéia de que a corrupção está entranhada no nosso sangue, nos mantemos passivos diante da mediocridade do “antes era pior”.Nada como ter péssimos antecessores não é?

Mais ai esta semana eu me lembrei do FEBEAPA. Se você não sabe o que é o FEBEAPA vai procurar no google que eu não estou a fim de explicar! O Brasil é maravilhoso por isso, ele conserva suas tradições mais escrotas, nunca nos falta assunto na verdade. Vejamos o que o FEBEAPA nos reservou está semana:

Abril foi o mês do caos nos transportes aqui no maravilhoso Rio de Janeiro, província de São Sebastião. Começou com uma greve puxada (termos dos companheiros) na calada da noite pelos trabalhadores do transporte rodoviário de Niterói, Itaboraí, Maricá e São Gonçalo. A população ficou sem pai nem mãe pela manhã.

Dias depois da mesma forma uma greve na baixada fluminense, atingindo Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti. Coincidência?

Na mesma semana quebra - quebra (Finalmente) na Estação das Barcas que ligam o Rio de Janeiro a Niterói. Os passageiros transtornados, com os atrasos de 40 minutos, e filas que chegavam até a avenida Antônio Carlos, botaram para quebrar e invadiram a Estação. Obviamente os passageiros não queriam nada altruísta tipo o fim do monopólio sobre a concessão das barcas ou a real melhoria dos serviços prestados. Eles queriam somente entrar nas barcas e chegar em casa.

E a cereja no bolo do caos do transporte. Funcionários da empresa Supervia, responsável pela malha ferroviária da cidade também entraram em greve. Ai fechou o tempo! Para forçar a entrada de passageiros nos trens já lotados que partiam das estações, seguranças foram flagrados chicoteando passageiros. Vida de gado povo marcado povo feliz. Não faltaram explicações sociológicas, psicológicas e, sobretudo oportunistas que davam conta do inconsciente ainda colonial dos seguranças que agiam como capitães do mato, capatazes que agiam em favor dos senhores de engenho.

Não quero nem aqui levantar a bola sobre o estranhamento de tantas greves quase simultâneas puxadas na calada da noite. Com certeza a situação do trabalhador está ruim, mas conhecendo os sindicatos Brasileiros eu diria que devemos preparar os bolsos para um aumento nas passagens para a alegria do patrão.

E o digníssimo secretário de transportes o senhor Julio Lopes, o que ele disse a respeito disso tudo?

“Estou chocado!"

Eu também senhor secretário, eu também.

Afinal não privatizaram os transportes com a promessa de melhorias nos transportes públicos? Alias senhor secretário, você sabe o que quer dizer monopólio?

Mais FEBEAPA?

A sacanagem rola solta no congresso nacional, agora é a farra das passagens aéreas. Até a Adriane Galisteu esteve envolvida na sacanagem, que delicia! Desta vez foi democrático o escândalo, não somente o baixo clero e seu líder mor sua excelência Inocêncio de Oliveira estava comprometido. O Alto Clero, inclusive juizes federais estavam se lambuzando com a generosidade do povo Brasileiro. Afinal como somos generosos, pagamos a casa, , as passagens , o combustível a conta de telefone celular além é claro do salário para vossas excelências trabalharem de terça a quinta. È uma mãe esse povo Brasileiro.E o mais engraçado e que acabo de saber que para abafar o caso os congressistas vão fazer hora extra nesses feriados (pagas é claro) e vão votar o polêmico projeto de diminuição da maioridade penal que tem por objetivo aumentar a oferta de bandidos nas ruas daqui a alguns anos, frutos do nosso respeitável projeto de capacitação profissional realizado nos presídios nacionais.

E ainda tem os muros! Não estão sabendo dos muros não? Vão construir muros de concreto nos limites das favelas no Rio de Janeiro. Eles eram polêmicos, mas ai como O Globo de sexta veio dizendo que era falsa polemica pois uma pesquisa mostrava que os moradores da favela eram favoráveis eu não os considero mais polêmicos. Afinal foi a voz do Brasil quem disse.Apesar de não ser polêmico, eu considero o muro um FEBEAPA, mas como o tema é complexo eu deixo pra depois, afinal eu não tava reclamando da falta de assunto?

12 de abril de 2009

O trânsito e a identidade coletiva do brasileiro

Em 2005 estava eu andando pelas ruas de Praga, num dia frio de outono. O vento quando soprava fazia qualquer agasalho parecer extremamente superficial. Cruzei o lindo bairro judaico Josevov, e marchei em direção ao rio Vltava. A grande maioria das ruas eram estreitas e não haviam sinais de trânsito. Chegando perto do rio, me deparei com uma grande avenida. O frio era cortante. Não havia carros passando e o sinal estava verde. Porém, ninguém atravessava. Todos ficavam parados, tremendo de frio. Pelo menos dois minutos se passaram e nenhum carro veio. Somente ao fechar o sinal, as pessoas atravessaram. Numa outra rua mais larga, o inverso. Não havia sinal. Fiquei hesitante. Muitos carros passavam. Porém, ao por os pés na rua, todos pararam e esperaram eu passar. Fiquei pensando o porque do Brasil não ser assim. Em 2007 morei em Portugal por 7 meses e foi a mesma coisa. Poucos sinais, preferência pelo pedestre, etc... Quando voltei ao Rio de Janeiro, no meu primeiro dia, me esqueci das leis que regem o trânsito aqui e atravesei sem olhar numa rua sem sinal. Quase fui atropelado e ainda por cima fui chamado de FDP pelo motorista.

O sinal de trânsito tem três conceitos, sendo dois objetivos e um subjetivo. Verde quer dizer passe, extremamente objetivo, mesmo caso para o vermelho, pare! E o amarelo? Totalmente subjetivo, pois você pode acelerar e passar antes dele ficar vermelho ou você pode reduzir e esperar o sinal fechar, ficar dois minutos parado e ao abrir, seguir em frente. A escolha está no indivíduo. Mas porque a grande maioria avança? ( Obviamente não falo de horários perigosos, etc...)

Outra: Por que quando não há sinal de trânsito a preferência é do motorista e não do pedestre?

São coisas que na minha opinião estão embutidas na identidade coletiva do nosso povo, ancorado por profundas raízes históricas!

Primeiramente, sempre existiu no nosso país a prática do favor ou da doação. Foi assim no início da nossa história enquanto Estado-nação, na época das capitanias hereditárias. Nossos lotes de terra foram doados em troca de favor. Se pensarmos em termos de escravidão, a liberdade era concedida por alforria, logo, através também do favor. Na prática do voto, idem. Coronelismo, apadrinhamento, cabresto, etc...Resumo, sempre usou-se o público através da apropriação privada. Chega-se a esfera pública através do favor e a utiliza como se fosse uma esfera privada. Essa confusão público e privado reflete-se explícitamente na corrupção generalizada da política nacional. Porém, no trânsito, ela é sutil mas não menos verdadeira.
Indivíduos escolhem seguir em frente no sinal amarelo justamente porque falta na nossa identidade a noção exata de esfera pública, de leis rígidas, de punição em caso de descumprimento. Na verdade o que realmente nos faltou foi a presença do Estado de direito, de cidadania! Logo, aonde a lei deixa margem para a interpretação, para a dúvida, o indivíduo opta quase sempre pela via da trangressão dessa "lei fluida" e não pelo enquadramento a ela. Toma-se o público como privado.

Outra questão: Nunca houve no Brasil uma verdadeira revolução que viesse de baixo, estilo Francesa ou Russa. Nossos "golpes" e "revoluções" sempre vieram de cima. Nossa independência foi proclamada por um português! Nossa breve história enquanto nação é marcada por sucessivos golpes e por pouquíssima democracia. Nunca houve uma mudança radical de ordem. Nunca houve Estado de direito, muito menos de bem-estar social. Nos faltou um Napoleão, ou até mesmo uma revolução burguesa de verdade! E olha que quem vos fala não é um entusiasta do Estado, muito menos burguês!Mas vamos em frente. O princípio básico do estado de direito é a intervenção, regulação, castração da liberdade total de indivíduos e do próprio capital em prol de uma convivência mais harmônica. Talvez o princípio das teorias contratualistas. Do Leviatã!No estado de bem estar social, o estado regula a relação capital-trabalho, evitando uma exploração desenfreada por parte do primeiro. No Brasil, como isso nunca existiu, o princípio que nos govena e que formou nossa identidade coletiva é a lei da selva, ou melhor, um Darwinismo social, ou seja, a lei do mais forte.

Logo, entre um simples pedestre pesando seus 55 Kg e um carro, uma caminhonete ou um caminhão, quem obviamente tem a preferência é o mais forte!
Então, se por acaso você estiver distraído e atravessar sem olhar numa rua sem sinal o risco de ser atropelado é altíssimo. E nunca comece a atravessar quando sinal estiver amarelo, pois fatalmente vão optar por tentar passar!

8 de abril de 2009

A Resposta Histórica...

Temos evitado com muito custo neste blog, comentários sobre futebol e principalmente sobre o Clube de Regatas Vasco da Gama. Quem nos conhece sabe da importância do futebol em nossas vidas e principalmente do Vasco da Gama. Porém hoje, rompemos esse silêncio. Falaremos do Clube de Regatas Vasco da Gama. E não é sobre a sua fantástica recuperação após um ano desastroso. Falaremos de um dia onde este glorioso clube entrou de vez para a história, tornando-se um dos mais importantes da pátria da bola.

Ontem dia sete de Abril, foi comemorado os 85 anos do que ficou conhecido como a "Resposta Histórica". Uma carta enviada pelo Vasco da Gama, ao presidente de AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos), liga recém-fundada pelos cinco clubes mais influentes do Rio de Janeiro na época (América, Bangu, Botafogo, Flamengo e Fluminense), informando que o Vasco não aceitaria as condições impostas ao clube como premissa da sua participação no campeonato de 1924. As condições eram variadas. Incluía a falta de um estádio próprio adequado até suspeita de atletas profissionais o que era proibido na época. Na época chamaram esses jogadores, de pessoas de "profissão duvidosa".

A criação da AMEA foi uma resposta ao triunfo do Vasco no campeonato do ano anterior até então organizado pela LMDT (Liga Metropolitana de Desportos Terrestres). Com medo do sucesso de um time da zona norte, que possuía jogadores das classes mais baixas, negros, mulatos e trabalhadores operários em contraposição os filhos da elite, os principais clubes do Rio de Janeiro usando o argumento da “profissão duvidosa” na verdade uma questão racista, pois estes eram exatamente os negros do time, tinham por objetivo excluir o Vasco da Gama do campeonato.

O Vasco deu uma resposta. Uma resposta que nos enche de orgulho e nos emociona a cada vez que é lida ou citada. A partir deste dia ser Vascaíno se tornou mais do que torcer por um clube de futebol. Tornou-se uma bandeira política, social. Uma postura ética para o resto da vida. Não foi coincidência que anos depois no estádio de São Januário, construído graças a uma cotização de seus torcedores e membros, em menos de um ano, que se tornou o maior e mais belo estádio do Brasil, o presidente Getulio Vargas assinou a CLT. Não foi por acaso, que neste mesmo período, as maiores manifestações e reuniões do Partido Comunista Brasileiro (PCB) ocorreram no estádio.
Como diz meu amigo, o Vasco é o verdadeiro clube popular e não populista como outros. Sua história nos enche de orgulho, a torcida infla o peito para cantar o quanto é feliz e o quanto nossa história é gloriosa. E poucos possuem uma história como esta. A Cruz que carregamos no peito, a cruz que é nosso batismo, essa cruz eles jamais terão!


A Carta Histórica:



Rio de Janeiro, 7 de Abril de 1924.
Ofício nr. 261

Exmo. Sr. Dr. Arnaldo Guinle
M.D. Presidente da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos

As resoluções divulgadas hoje pela imprensa, tomadas em reunião de ontem pelos altos poderes da Associação a que V.Exa tão dignamente preside, colocam o Club de Regatas Vasco da Gama numa tal situação de inferioridade, que absolutamente não pode ser justificada nem pela deficiência do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa sede, nem pela condição modesta de grande número dos nossos associados.
Os privilégios concedidos aos cinco clubes fundadores da AMEA e a forma por que será exercido o direito de discussão e voto, e feitas as futuras classificações, obrigam-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas resoluções.
Quanto à condição de eliminarmos doze (12) dos nossos jogadores das nossas equipes, resolve por unanimidade a diretoria do Club de Regatas Vasco da Gama não a dever aceitar, por não se conformar com o processo por que foi feita a investigação das posições sociais desses nossos consócios, investigações levadas a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa.
Estamos certos que V.Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno da nossa parte sacrificar ao desejo de filiar-se à AMEA alguns dos que lutaram para que tivéssemos entre outras vitórias a do campeonato de futebol da cidade do Rio de Janeiro de 1923.
São esses doze jogadores jovens, quase todos brasileiros, no começo de sua carreira e o ato público que os pode macular nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que eles, com tanta galhardia, cobriram de glórias.
Nestes termos, sentimos ter que comunicar a V.Exa. que desistimos de fazer parte da AMEA.
Queira V.Exa. aceitar os protestos de consideração e estima de quem tem a honra de se subscrever, de V.Exa. At. Vnr. Obrigado

(a) Dr. José Augusto Prestes
Presidente


5 de abril de 2009

Retrato de uma geração quando pobre

Eles são retos. Não pendem para a direita nem para a esquerda. Eles são homens de bem, a mais nova versão da hipocrisia católica. Eles são vencedores, superararam os obstáculos e alcançaram suas metas.Eles escreveram seus futuros. Sua Meca é o racionalismo concreto de São Paulo. Sua Paris é a ostentação fantástica de Dubai. Suas únicas posições políticas são as do politicamente correto. Não gostam da sutil ironia, nem quaisquer elaborações metafóricas, preferem a frieza burra da objetividade.Olhar para fora da janela é perder o foco. Mijar fora do penico é conduta desviante.

Eles estão em todo lugar, em todos os mundos. Sua arte? Mercadoria, PopArt. Tanto um tênis da Nike, um vestido de Brechó de NY, quanto um quadro do Romero Britto para ornamentar a sala de jantar. Perto da poltrona Philippe Starck é claro, onde se lê o ultimo do Paulo Coelho.

Eles também se divertem. Também perdem a linha. Tudo em ambiente controlado é claro. Drogas sintéticas, produzidas em acéticos laboratórios.A batida acelerada do DJ internacional, introduzindo uma nova onda, um novo estilo, uma nova vibe, que remete a um passado mais orgânico, tribal. Habitus, ritos e tribos. Condutas que marcam uma geração. Condutas que neutralizam o desviante. Condutas que expõem a mediocridade de um tempo. Eles são a Geração pH.


PS 1: Para quem não sabe o pH é um colégio no Rio de Janeiro especializado em "fazer" os primeiros lugares nos vestibulares da cidade.


Ps 2: Esse texto é dedicado ao colega que ja esqueci o nome, ex aluno da Eco na UFRJ e inventor da expressão geração pH.

3 de abril de 2009

O Homem não é Livre!

Por que sempre tem uma aula chata que se propõem a discutir de forma superficial o conceito de liberdade? E o pior! Por que sempre tem aquela patricinha que diz que é livre porque pode escolher!

Ok! Para os apóstolos da liberdade, aí vai o porque do homem não ser livre hoje, não ter sido livre ontem, e não será livre a amanhã! Mesmo que isso implique no fato de ser considerado depressivo, ou revoltado ou até mesmo um potencial maluco, que invade faculdade e mate todo mundo!

Manual para Desconstruir o Argumento de uma Patricinha numa aula de filosofia!

Primeiro passo: dê uma olhada muito esnobe para a patricinha que disse que liberdade é uma questão de escolha e peça a palavra ao professor.

Segundo passo: ao começar a falar olhe novamente para a patricinha e diga: "você quer discutir liberdade em que plano? Filosófico, biológico, sociológico psicanalítico, político ou das relações humanas?"

Pronto! Debate praticamente vencido. Agora é só explicar tranquilamente!

Plano biológico: O homem enquanto ser biológico é um processo complexo de cadeias de carbono, células, etc... sobre a qual você não tem controle. Além disso, o homem representa um processo que vai do nascimento até a morte, aonde não se tem contrôle sobre escolhas essenciais como: se vai nascer são ou deficiente, quando vai morrer, se vai ser bonito ou feio, qual sexo terá ou se terá uma doença genética incurável ao longo da vida, etc...

Plano filosófico: Citando Heiddeger, você coloca que o homem é essencialmente um ser pra-morte e que a angústia do homem, provém da autoconsciência da sua finitude e da não possibilidade de escolha.

Plano Sociológico: Basta dizer, sendo curto e grosso, que a identidade é sempre codificada para algo, ou seja, o socius sempre impera sobre as escolhas dos indivíduos. Hoje, você tem seu desejos codificado para as relações fugazes do consumo e da insatisfação administrada! Além disso, Marx já nos disse que a essência humana é fruto das relações sociais! E pra fechar, cite o conceito de Habitus do Bourdieu!

Plano Político: O homem vive numa sociedade amparada por um contrato social, aonde tem que ceder parte da sua liberdade para o soberano, ou seja, agir de acordo com muitos deveres que lhes são impostos, tendo como pena em caso do não cumprimento, a suspensão total da liberdade.

Plano Econômico: As relações econômicas são sempre mediadas pelo dinheiro, que obviamente é em grande parte um femômeno geracional. Como você não escolhe aonde nasce, se por acaso, tiver a sorte de ter família rica, terá sorte de estar inserido de forma positiva no mercado de trocas. Porém, isso não quer dizer que você tenha liberdade, já que você escolhe uma coisa, e essa escolha implica numa renúncia de muitas outras. Você, além disso, na grande maioria dos casos é obrigado a vender sua força de trabalho para alguém, etc...

Plano das Relações Pessoais: Se você tem uma relação de amizade, coleguismo, ou qualquer relação de cráter positivo com alguém, já é o suficiente para a perda total da liberdade. Isso porque será criado automaticamente um compromisso ético e moral, que implica numa renúncia da liberdade, já que nesse caso, a mesma, só poderia ser realizada na indiferença. Exemplo: Você não pode ter a liberdade de sacanear a pessoa, não pode ter a liberdade de falar o que quiser pra ela, etc...

Plano Psicanalítico: Depois da surra, pra fechar com chave de outro é só perguntar: já leu Freud? Mal-estar da Civilização? Quem sabe Lacan? Já ouviu falar de pulsão? De incosciente? Quem sabe aquela frase que diz que o ego não reina absoluto na sua própria casa? Civilização = repressão? Princípio de prazer condicionado ao princípio de realidade? Ok, deixa pra lá...