Tenho ouvido muitas besteiras sobre as soluções, consequências e outros problemas a respeito da crise atual do capital. Por parte dos analistas de mercado, apóstolos do neoliberalismo, aquela visão de que para curar uma ressaca só com mais bebida, ou seja, mais desregulamentação, corte no déficit público, etc...como se não fosse justamente a ação dos mercados desregulados que tivesse provocado tudo isso. Por parte dos keynesianos a solução seria o controle do mercado pelo estado através de novas regulamentações e um novo Breton Woods. Como se fosse possível um novo keynesianismo numa era pós-industrial e como se os EUA de Obama fossem abrir mão do controle de instituições como FMI, BM, etc...
Tenho ouvido das propagandas de banco, de carro, da boca de pessoas com muita vontade de ação e pouco cérebro que a solução para todos os problemas é a consciência ambiental, plantar árvores,etc... Será que irão parar de produzir carros novos a cada mês? Será que a China vai diminuir sua produção industrial?
E a última que ouvi foi que a AIG colocou mais de 160 milhões de dólares para dar gratificações aos seus executivos. Dinheiro do povo. Dinheiro público! Alguém acredita que deles, pois não se enganem, eles pertecem a mesma classe, possam vir soluções?
O capital não é nada mais do que uma relação vazia. Uma troca. Sem moral e ética. Desterritorialização pura, nos termos de Deleuze. Inexoravelmente expansivo nos termos de István Meszáros. Durante muito tempo o capitalismo entrou em cena para domar o monstro, ou seja, o avanço amoral do capital. Porém, há três décadas resolveram soltar de vez o monstro, e em pouco tempo os estragos foram incalculáveis. Milhões de refugiados, mais de bilhão abaixo da linha de pobreza, guerras civis, golpes de estado, desemprego estrutural, devastação florestal e climática, etc...
Por tanto, fica difícil aceitar que a crise se resolve com uma simples restituição da confiança. Muitos direitistas acusam os comunistas e anarquistas de advogarem por uma causa abstrata, por falarem pelo povo, porém estando distante desse povo. Engraçado é ler, ouvir, assistir a classe média, os investidores e economistas falarem de confiança, de mercado de ações, de acesso democrático ao mercado. Pra quem eles estão falando? A quem pertece o mercado? Seria para o analfabeto que mora em manguinhos? Ou seria para o guri que faz malabaris no sinal? O que falta em muitos casos é saber do que se fala.
Um comentário:
delírios bem racionais esses hein...
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