25 de setembro de 2008

Tombo de Bêbado (3)

" O muro de Berlim caiu, mas é triste constatar que outros foram se construíndo. Muitos dos que pregam a livre circulação de mercadorias e capitais são os mesmos que impedem a livre circulação de homens e mulheres com argumentos nacionalistas e até racistas que nos fazem evocar, temerosos, tempos que pensávamos superados. Um suposto nacionalismo populista, que alguns pretendem identificar e criticar no sul do mundo, é praticado sem constrangimento nos países ricos."
"A euforia dos especuladores se transformou em angústia dos povos, após a sucessão de naufrágios financeiros. O ônus da cobiça desenfreada de alguns não pode recair impunemente sobre os ombros de todos. A economia é séria demais para ficar nas mão de especuladores. Uma crise de tais proporções não será superada com medidas paliativas. Os organismos econômicos supranacionais carecem de autoridade e de instrumentos práticos para coibir a anarquia especulativa. Devemos reconstuí-los. As indispensáveis intervenções do Estado mostram que é chegada a hora da política."


Essas palavras foram proferidas pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembléia Geral da ONU. Não é sempre que podemos elogia-lo. Mas dessa vez o faremos. E parabéns a quem escreveu o discurso

2 comentários:

Sacripanta disse...

Também gostei do discurso do sr. Molusco, mas a questão é: é possível termos um mercado global da magnitude que temos (e que, queiram ou não, precisamos) sem haver especulação?
Ou: como prender este capital por definição fluido ou, mais que fluido, virtual?

Deparo-me, creio, com problema semelhante quando penso em questões de planejamento urbano: as propostas de melhoria sempre pressupõem acabar com a especulação imobiliária. Oras, é possível fazer isso? Acho difícil... Mas, por outro lado, como pensar num projeto de urbanização e regularização de terras para as classes pobres havendo a possibilidade de o mercado de terras comprar ou expulsar pacificamente os moradores, fazendo-os ocupar, novamente, terras periféricas e ilegais?

Anônimo disse...

Acho que sempre haverá especulação, o mercado em sua essência é irracional e incontrolável. Essa é inclusive sua força, pois de tão descentrado, sem um centro único, se torna inquebrável.

Quanto a questão urbana roberto, realmente não sei, só sei o pobre sempre se f....