Em muitos países europeus, principalmente aqueles que completaram seu processo de industrialização, as taxas de natalidade são decrescentes e a previdência social já está a um bom tempo sofrendo com os prejuízos de uma população envelhecida e que não se renova. Nessas democracias consolidadas, a penetraçao de novas técnicas, como por exemplo, as biotecnologias, nanotecnologias, neurociências, biogenéticas, etc..., ocorre numa velocidade espantosa, adentrando o século XXI, com a promessa de prolongar a vida humana em muitos anos, com uma qualidade, até então impensável pela não existência dessas novas formas de ciência. Acho, que o que gira em torno disso, é a eficácia das novas tecnologias de controle, caminhando em rota de colisão com os interesses desses estados ditos democráticos, obrigando o capital, na sua nova fase de acumulação, a buscar uma saída, que só pode ser a superexploração. Como isso ocorre? Basta pensar nos países europeus hoje. Se a previdência social já está em deficit, imagina daqui a um pouco mais de tempo, quando essas tecnologias passarem a integrar o cotidiano das pessoas? Como ficará o sistma previdenciário nessas democracias liberais, numa era, pelo menos na Europa, pós industrial? Primeiramente, essas tecnologias ligadas a qualidade de vida não estarão democraticamente à serviço de todos, e obviamente a figura do imigrante, seja ele africano, eslavo, latino ou paquistanês entra em cena como um ator central nesta trama. Por que essas democracias não vivem sem eles? Simples. Eles trabalham mais, fazem os serviços mais pesados, que os nativos já não querem fazer, o que no ditado popular, chama-se, o "serviço sujo", e o pior de tudo, o que demonstra que a utilização do conceito de democracia para os estados liberais contemporâneos é falso, é que do seu interior brota o fascismo mais vil, existente desde os reinos dinásticos, aonde o soberano decidia sobre o direito de vida e morte dos súditos, pelo simples fato de que esses trabalhadores irão contribuir para a previdência social e não irão usufrui-la, pois continuarão com a baixa expectativa de vida, fruto da superexploração em relação aos outros, mantidos pelas novas tecnologias, garantindo assim, um lucro maior para os estados. E isso, não é só a previsão de um futuro próximo, é a realidade de nosso presente. Basta comparar a expectativa de vida de um sueco, ou de um francês, com a de um albanês ou um senegalês que mora na Europa.
Conclui-se portanto, que democracia é a voz da razão, porém um coceito restrito, enquanto a racionalidade for instrumental.
2 comentários:
Uma das maiores críticas contemporâneas à democracia grega era que ela era fundamentada sobre uma minoria de cidadãos (acredita-se que cerca de um quinto da população total, ou 30.000 pessoas), sendo, portanto, altamente exclusiva.
Ainda que a escravidão só se tenha intensificado durante a guerra do Peloponeso, não deixa de ser um paralelo tentador: alguns são obrigados a trabalhar absurdamente para alguns gozarem plenamente da democracia.
Conclui-se, portanto, que mesmo antes do neoliberalismo, da camisinha, do radinho à pilha e da questão dos imigrantes latinos, eslavos e paquistaneses, os gregos já se deparavam com as mesmas questões (desculpas, mas não resisti à conclusão sórdida!!)
Valeu Robertão...espero que continue nos visitando
Essa coisa de democracia é complicado né. Democracia mesmo só a morte..que chega para todos.
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