Segunda-feira dia 24 de Novembro, Miriam Leitão em sua coluna suína (por vezes comestível normalmente intragável, sempre bem passado, porém com a certeza que faz mal pra saúde) no O Globo, analisa a crise das montadoras americanas de automóveis, as chamadas Big Three (GM, Ford, e Chrysler), que nesta semana apelou para o Governo Americano para garantir sua sobrevivência. Miriam Porcão...Ops...Escapou... Miriam Leitão culpa os altos salários dos trabalhadores das montadoras como o principal culpado pela decadência das Empresas. Bem, qual a novidade? Na hora da crise sempre sobra para o trabalhador não é? O interessante é que os números mostrados pela nossa suína comentarista mostram o contrário. Segundo Miriam:
"Um trabalhador das fabricantes de automóveis americanas, pelo menos das Big Three (GM, Ford, e Chrysler), se aposenta por tempo de serviço (30 anos) e não por idade; tem uma extraordinária cobertura de saúde, que cobre cirurgia e qualquer tratamento, inclusive dentário, de toda a família pela contribuição de US$ 21 por mês. Só o plano de saúde custa à GM US$ 5 bilhões por ano. Eles têm feito redução de custos, que os analistas de risco acham que é “muito pouco, muito tarde”. Hoje, um carro da GM sai da fábrica custando US$ 1.200 a mais do que custaria, só pelos excessos do sistema de benefícios dados aos funcionários. O custo extra pago pelo consumidor num carro da Toyota é de US$ 215. (veja o gráfico com as comparações do custo da hora de trabalho dos funcionários)."
O que chama a atenção logo de cara é realmente o valor do salário(gráfico abaixo). 70 dólares por hora não é nada mal. Algo em torno de 560 dólares por dia e 11.200 por mês considerando os dias úteis somente. Mas prestem atenção na palavra média. A palavra trabalhador no meu entender abrange todos os que trabalham na montadora. Portanto neste numero esta embutida os mega salários dos GEOS, dos executivos, ou você acha que um soldador ganha 11,200 por mês?
Mas a pérola vem a seguir. O automóvel da GM custa $1,200 a mais por causa dos salários. Vocês entenderam? O peso do salário sobre o valor final do produto e de $1,200. No Japão e $215, mas eu lhe pergunto o que é $1,200 para um carro que vale $40,000?E o ar-condicionado, freios ABS, calotas cromadas? Será realmente decisivo para a crise das montadoras, os altos salários, os benefícios e as conquistas dos trabalhadores em torno do direito a dignidade.
Mas o melhor a meu ver está no fato que a verdadeira causa para a crise da indústria automobilística está escancarada no próprio texto e tratado de forma secundária pela nossa suína comentarista.
"A China termina o ano vendendo no mercado interno um milhão de veículos a mais. Brasil, Rússia, Índia e China, juntos representam a venda de 14 milhões de carros, o mesmo volume do mercado americano”.
Ou seja, os chamados BRICS, os paises em desenvolvimento venderam juntos, o mesmo numero de carros que os EUA. Tirando o fato que é um absurdo o numero de carros vendidos nos EUA, onde de cada cinco pessoas quatro tem carro, este fato demonstra que na verdade a industria automobilística carece é de demanda. A Europa não compra mais carros, não tem porque, os paises desenvolvidos vêem o uso do transporte publico como alternativa para a crise de petróleo e o caos ambiental. No Brasil a venda de carros aumenta devido à demanda reprimida nos anos de crise financeira e a falta de investimento público no transporte. Além do sonho da casa própria começa a ganhar espaço no imaginário da classe merdia brasileira em detrimento do tão sonhado automóvel que garante status e liberdade (segundo os comerciais). O carro não é mais tão necessário, ou vantajoso. O tempo que se perde nos engarrafamentos, a violência no trânsito os gastos com combustíveis e seguro, são fatores que fazem com que a troca do modelo usado para o novo demore mais que o costume. O mercado saturou e somente uma revolução tecnológica (A GM conta com o lançamento de seu carro elétrico) pode salvar o setor industrial que mais empregou trabalhadores durante todo o século XX. Porém não é isto o que vêem nossos analistas, que se contentam com analises que somente interessam ao dono do Capital e não se faz a simples pergunta que motivou o grande criador desta grande industria, Henry Ford. Se demitirmos os trabalhadores, quem vai comprar os carros?
"Um trabalhador das fabricantes de automóveis americanas, pelo menos das Big Three (GM, Ford, e Chrysler), se aposenta por tempo de serviço (30 anos) e não por idade; tem uma extraordinária cobertura de saúde, que cobre cirurgia e qualquer tratamento, inclusive dentário, de toda a família pela contribuição de US$ 21 por mês. Só o plano de saúde custa à GM US$ 5 bilhões por ano. Eles têm feito redução de custos, que os analistas de risco acham que é “muito pouco, muito tarde”. Hoje, um carro da GM sai da fábrica custando US$ 1.200 a mais do que custaria, só pelos excessos do sistema de benefícios dados aos funcionários. O custo extra pago pelo consumidor num carro da Toyota é de US$ 215. (veja o gráfico com as comparações do custo da hora de trabalho dos funcionários)."
O que chama a atenção logo de cara é realmente o valor do salário(gráfico abaixo). 70 dólares por hora não é nada mal. Algo em torno de 560 dólares por dia e 11.200 por mês considerando os dias úteis somente. Mas prestem atenção na palavra média. A palavra trabalhador no meu entender abrange todos os que trabalham na montadora. Portanto neste numero esta embutida os mega salários dos GEOS, dos executivos, ou você acha que um soldador ganha 11,200 por mês?
Mas a pérola vem a seguir. O automóvel da GM custa $1,200 a mais por causa dos salários. Vocês entenderam? O peso do salário sobre o valor final do produto e de $1,200. No Japão e $215, mas eu lhe pergunto o que é $1,200 para um carro que vale $40,000?E o ar-condicionado, freios ABS, calotas cromadas? Será realmente decisivo para a crise das montadoras, os altos salários, os benefícios e as conquistas dos trabalhadores em torno do direito a dignidade.
Mas o melhor a meu ver está no fato que a verdadeira causa para a crise da indústria automobilística está escancarada no próprio texto e tratado de forma secundária pela nossa suína comentarista.
"A China termina o ano vendendo no mercado interno um milhão de veículos a mais. Brasil, Rússia, Índia e China, juntos representam a venda de 14 milhões de carros, o mesmo volume do mercado americano”.
Ou seja, os chamados BRICS, os paises em desenvolvimento venderam juntos, o mesmo numero de carros que os EUA. Tirando o fato que é um absurdo o numero de carros vendidos nos EUA, onde de cada cinco pessoas quatro tem carro, este fato demonstra que na verdade a industria automobilística carece é de demanda. A Europa não compra mais carros, não tem porque, os paises desenvolvidos vêem o uso do transporte publico como alternativa para a crise de petróleo e o caos ambiental. No Brasil a venda de carros aumenta devido à demanda reprimida nos anos de crise financeira e a falta de investimento público no transporte. Além do sonho da casa própria começa a ganhar espaço no imaginário da classe merdia brasileira em detrimento do tão sonhado automóvel que garante status e liberdade (segundo os comerciais). O carro não é mais tão necessário, ou vantajoso. O tempo que se perde nos engarrafamentos, a violência no trânsito os gastos com combustíveis e seguro, são fatores que fazem com que a troca do modelo usado para o novo demore mais que o costume. O mercado saturou e somente uma revolução tecnológica (A GM conta com o lançamento de seu carro elétrico) pode salvar o setor industrial que mais empregou trabalhadores durante todo o século XX. Porém não é isto o que vêem nossos analistas, que se contentam com analises que somente interessam ao dono do Capital e não se faz a simples pergunta que motivou o grande criador desta grande industria, Henry Ford. Se demitirmos os trabalhadores, quem vai comprar os carros?

Abaixo o link para o artigo de Miriam Leitão
http://http://oglobo.globo.com/economia/miriam/post.asp?t=mudar_ou_morrer&cod_Post=141937&a=496
9 comentários:
Muito bom o post, como de costume, aliás.
Se o problema são os altos salários, por que as Três Grandes não se mudam para outros países? O capital não é fluido e nômade?
Mas é realmente curioso como as coisas se revelam, em situações como essa. Parece que alguma luzinha vermelha acende, e volta-se à ladainha original.
Duas coisas:
1) o salário da Toyota é daonde? Dos trabalhadores que estão no próprio Japão ou nos EUA? Porque se é no Japão, é óbvio que vai ser infinitamente mais barato, já que o iene vale menos que as coisas que eu cozinho aqui em casa aos final de semana.
2) vocês acham mesmo que os grandes salários dos executivos é capaz de interferir muito na média salarial?
As três grandes ja estão nos outros paises , mas não dá conta. Eles vão ter que demitir Americanos e isso vai dar M.
Creio que o salário da Toyota e relativo ao japão. Eu adicionaria também que dos beneficios de Estado para o trabalhador Japones facilita o sálario mais baixo.
Claro que os executivos influenciam, tem cara ganhando $200,000 mil por mÊs
Sim, mas dependendo do número de subalternos, esses U$$200.000 não devem representar muito, não sei...
Se o salário dos toyotenses é referente ao Japão, então é fácil desmontar a tese porcônica: é só ver quanto o trabalhador tupiniquim ganha (em dólares) e ver se isso influencia no preço do produto final.
Ótimo texto!quando a crise de crédito aperta, sobra para a indústria automobilística, que consequentemente joga a bomba para os trabalhadores. Quem compraria um carro sem crédito? Os EUA não só não assinaram o Protocolo de Kyoto como ainda são os que mais consomem automóvel. Deixo uma pergunta no ar? Se o petróleo ainda vai perdurar por mais 60 anos, será q o carro elétrico será a solução para o Kapital?
Sem falar que é impossível que o salário seja 11.200 dólares, pois parte do pressuposto que o diretor executivo ganhe mais ou menos 20.000 dólares, o que convenhamos é impossível!!!!
Voltando ao assunto do petróleo, como ficariam as gigantes americanas EXXO, TEXACO, SCHEL, ESSO, com a padronização em massa do carro elétrico?
Parabéns pelo ótimo Blog
Só corrigindo os erros...
Exxon, Shell
JÚLIO DOS SANTOS
Bem lembrado, sem crédito não existe financiamento e etc...
Quanto a Exxon, Shell e companhia, boa pergunta. Que eu não saberia responder. O que acontecerá? Por isso acho que o carro elétrico será boicotado, tentarão achar um combustível tipo o Biocombustivel que possibilite a manutenção do oligopólio
Obrigado pelo comentário,seja bem vindo e volte sempre
Concordo com o ex Zagueiro do Vascão, grande Júlio!!!
Po a Miriam Suíno age de má-fé, não é só opinião conservadora...essa estatística é manipuladora, pois não coloca desvio padrão, a margem de erro, e não afasta os índices discrepantes, os mais elevados e os mais baixos!!!
Até...
E mais...aquela cidades foram projetadas para o carro!!! Tudo tem que ser feito de carro...então, a necessidade ira uma paixão..e gera efeito estufa, e outros males!!!
Cultura americana é muito rica:
Culinária: Fast food
Esporte: Todos menos futebol
Hobby:Ter armas, carro, se matar nas compras de natal
Lazer: ir no Wall-Mart
Política-votar nos reublicanos
Música-infelizmente hip-hop e emo
preconceito? não. Conceito
so porque passou em estátistica fica tirando onda?
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