29 de novembro de 2008

Alguns Comentários da Classe Média Fascista no Globo online!!!!

Se quiserem uma boa explicação teórica para o que os senhores irão ler, sugiro que procurem em Hegel, quando o mestre fala da dialética do senhor e do escravo, ou então até mesmo em Zygmund Bauman, no mal-estrar da pós-modernidade, para entender esse fascismo, esse recalque da nossa hilária e falida classe-média!!!
NÃO SE ASSUSTEM, OU MELHOR, SE ASSUSTEM SIM!!!
Com vcs os Ivan Ilicht brasileiros!!!Viva Tolstoi!!!

1- Sobre o show do Radiohead, ou melhor, sobre nós que iremos

"secretaria de segurança, coloquem bastante segurança no local deste show de drogas. Os financiadores da violência estarão lá, prendam todos. Que estes paguem advogados, fiança, mas que faça doer no bolso de cada financioador da violência."(ruimdemaiss)

2-Sobre o preço de r$200,00 do show e a meia entrada

"Gente...vamos parar com a hipocrisia? Tem que ter shows para VÁRIOS gostos e de VÁRIOS preços...é assim no mundo inteiro. Vamos parar com essa mania de pobre de que TUDO tem que ser para TODOS. O brasileiro já tem show demais para pobres: futebol, como os flamengos da vida, Carnaval com a promiscuidade de sempre e paradas Gays que estão se tornando um espetáculo deprimente. Quem gostar gostou, mas temos que frequentar os ambientes em que temos condições!!"(Gostosildo)

3- Sobre o que seria um país inteligente

"O país é burro porque colocam pela janela negros, índios e pobres com essas MALDITAS cotas e quanto ao rock, continuem frequentando, mas sem depender da carteira de estudante" ( Gostosildo- eleito o novo gênio do pensamento social brasileiro)

4- Sobre o Radiohead não botar VIP`s no show. Desse, só posso falar que é um gênio, ou quer ser BIG Brother um dia

"Não é a pista vip que inflaciona o preço e sim palhaçada da meia entrada(...)"(Roger Scully - sente o recalque, pô o cara quer ser famoso, então pra que falar mal de VIP)


POR FIM...

Até agora O Globo não aceitou meu comentário, deve ter sido censurado. Mas eu não falei nada demais, só chamei os leitores de uma mistura de colonizado dócil ao melhor estilo Sergio Buarque misturado com a dialética do senhor e do escravo de Hegel. Citei Ivan Ilicht do Tolstói, mas disse que ninguém entenderia isso porque só sabem mesmo é lavar o carro aos domingos, ler a Veja e o Globo. Alguém acha que falei algo demais para ser censurado? Ou alguma mentira? Só posso concluir que o Globo tolera comentários elitistas, fascistas, preconceituosos, só porque são leitores e não fazem críticas ao jornal, logo, o Globo tb é FASCISTA, ou melhor...fascistinha...!



PS: O Show da maior banda do mundo em atividade está confirmado para Rio de Janeiro no dia 20 de março, e em São Paulo no dia 22 . As vendas começam dia 5 de dezembro. O preço é R$ 200 inteira e R$ 100 (estudante). Preparem os corações os bolsos e boa sorte nesta catarse coletiva que promete ser um dos maiores shows já vistos em Pindorama.

27 de novembro de 2008

Adeus à classe operária ?

Segunda-feira dia 24 de Novembro, Miriam Leitão em sua coluna suína (por vezes comestível normalmente intragável, sempre bem passado, porém com a certeza que faz mal pra saúde) no O Globo, analisa a crise das montadoras americanas de automóveis, as chamadas Big Three (GM, Ford, e Chrysler), que nesta semana apelou para o Governo Americano para garantir sua sobrevivência. Miriam Porcão...Ops...Escapou... Miriam Leitão culpa os altos salários dos trabalhadores das montadoras como o principal culpado pela decadência das Empresas. Bem, qual a novidade? Na hora da crise sempre sobra para o trabalhador não é? O interessante é que os números mostrados pela nossa suína comentarista mostram o contrário. Segundo Miriam:

"Um trabalhador das fabricantes de automóveis americanas, pelo menos das Big Three (GM, Ford, e Chrysler), se aposenta por tempo de serviço (30 anos) e não por idade; tem uma extraordinária cobertura de saúde, que cobre cirurgia e qualquer tratamento, inclusive dentário, de toda a família pela contribuição de US$ 21 por mês. Só o plano de saúde custa à GM US$ 5 bilhões por ano. Eles têm feito redução de custos, que os analistas de risco acham que é “muito pouco, muito tarde”. Hoje, um carro da GM sai da fábrica custando US$ 1.200 a mais do que custaria, só pelos excessos do sistema de benefícios dados aos funcionários. O custo extra pago pelo consumidor num carro da Toyota é de US$ 215. (veja o gráfico com as comparações do custo da hora de trabalho dos funcionários)."

O que chama a atenção logo de cara é realmente o valor do salário(gráfico abaixo). 70 dólares por hora não é nada mal. Algo em torno de 560 dólares por dia e 11.200 por mês considerando os dias úteis somente. Mas prestem atenção na palavra média. A palavra trabalhador no meu entender abrange todos os que trabalham na montadora. Portanto neste numero esta embutida os mega salários dos GEOS, dos executivos, ou você acha que um soldador ganha 11,200 por mês?
Mas a pérola vem a seguir. O automóvel da GM custa $1,200 a mais por causa dos salários. Vocês entenderam? O peso do salário sobre o valor final do produto e de $1,200. No Japão e $215, mas eu lhe pergunto o que é $1,200 para um carro que vale $40,000?E o ar-condicionado, freios ABS, calotas cromadas? Será realmente decisivo para a crise das montadoras, os altos salários, os benefícios e as conquistas dos trabalhadores em torno do direito a dignidade.
Mas o melhor a meu ver está no fato que a verdadeira causa para a crise da indústria automobilística está escancarada no próprio texto e tratado de forma secundária pela nossa suína comentarista.

"A China termina o ano vendendo no mercado interno um milhão de veículos a mais. Brasil, Rússia, Índia e China, juntos representam a venda de 14 milhões de carros, o mesmo volume do mercado americano”.

Ou seja, os chamados BRICS, os paises em desenvolvimento venderam juntos, o mesmo numero de carros que os EUA. Tirando o fato que é um absurdo o numero de carros vendidos nos EUA, onde de cada cinco pessoas quatro tem carro, este fato demonstra que na verdade a industria automobilística carece é de demanda. A Europa não compra mais carros, não tem porque, os paises desenvolvidos vêem o uso do transporte publico como alternativa para a crise de petróleo e o caos ambiental. No Brasil a venda de carros aumenta devido à demanda reprimida nos anos de crise financeira e a falta de investimento público no transporte. Além do sonho da casa própria começa a ganhar espaço no imaginário da classe merdia brasileira em detrimento do tão sonhado automóvel que garante status e liberdade (segundo os comerciais). O carro não é mais tão necessário, ou vantajoso. O tempo que se perde nos engarrafamentos, a violência no trânsito os gastos com combustíveis e seguro, são fatores que fazem com que a troca do modelo usado para o novo demore mais que o costume. O mercado saturou e somente uma revolução tecnológica (A GM conta com o lançamento de seu carro elétrico) pode salvar o setor industrial que mais empregou trabalhadores durante todo o século XX. Porém não é isto o que vêem nossos analistas, que se contentam com analises que somente interessam ao dono do Capital e não se faz a simples pergunta que motivou o grande criador desta grande industria, Henry Ford. Se demitirmos os trabalhadores, quem vai comprar
os carros?


Abaixo o link para o artigo de Miriam Leitão
http://http://oglobo.globo.com/economia/miriam/post.asp?t=mudar_ou_morrer&cod_Post=141937&a=496

26 de novembro de 2008

Scraps Cadáver

Com certeza o mal-estar contemporâneo se manifesta de múltiplas formas em diversas esferas da vida social e enumera-las se torna uma tarefa impossível.

Livros de auto-ajuda circulam sempre no topo dos mais vendidos das livrarias, terapias diversas para elevar a auto-estima de um eu que vaga solitário e sem história, zen-budismo para aliviar a tensão de um consumidor neófito, depressões de diversas formas atingindo em cheio jovens não incluidos no mercado formal de trabalho, novas psicopatologias como depressão, ansiedade e síndrome do pânico, talk shows em que comuns expõe sua privacidade, reallity shows, diários online que tornam público as intimidades, e por aí vai...

Diante desse cenário quase surrealista, nada mais parece chocar. Porém, um dia desses fiquei sabendo do falecimento de um colega que havia estudado comigo muitos anos atrás no colégio. Como realmente fazia muito tempo e nunca fomos próximos, fui no orkut e digitei seu nome para ver se era realmente a pessoa que eu estava imaginando que seria, e no fim era. Até aí nada demais, o problema foi quando entrei na lista de recados e vi um monte deles enviados após o seu falecimento. Isso me chocou, pois pensando friamente é algo mórbido. Você lendo mensagens emocionadas para alguém jovem que não mais vive, como se fossem textos de despedida. Pensando sobre isso, cheguei a conclusão de que as pessoas na contemporaneidade tem suas subjetividades moldadas pelo olhar dos outros, precisam diante de tanta insegurança, mostrar para uma rede de relacionamento, os seus mais nobres sentimentos. Porque, não consigo ver mais nenhuma finalidade nesse ato. O morto com certeza não mais lerá o orkut, seja aonde ele estiver, se ele realmente estiver em algum lugar. Então, na verdade não querem provar nada para o falecido, mas sim para pessoas como eu, que entraram na página e viram que alguém tem um bom coração, etc...
Eita mundo louco...

Gramsci católico! E daí?

Estava pensando em algo para escrever neste blog, quando ouvi de longe, pois a tv estava ligada na sala, a voz nauseante do William Wack, dizendo que o marxista italiano Antônio Gramsci teria morrido abraçado a imagem de uma santa, o que supostamente lhe vincularia a uma possível conversão do ateísmo comunista para um catolicismo, tão contrário ao materialismo dialético e a inversão em relação ao idealismo.
Acredito não ser uma bomba, como Waack anunciou, pois em primeiro lugar, todo o ocorrido tem apenas uma testemunha, um padre. Segundo, se isso for verdade, não altera em nada o grande teórico que Gramsci foi, influenciando o movimento comunista em todo mundo, principalmente na discussão sobre influência no campo superestrutural da cultura, rompendo com o economicismo da vertente vulgar de um marxismo alinhado a Stalin e ao pacto de varsóvia! Em terceiro lugar, em nenhum momento, a religião e o marxismo tendem a se anular completamente. A grande questão é não se utilizar da metafísica para tentar explicar o movimento do real, que é histórico e material.
O principal a ser discutido é que a insegurança em relação a morte, ainda mais num contexto tão perverso quanto o que Gramsci teve de viver, é uma insegurança ontológica da epécie humana, piorada num momento de aumento brutal da irracionalidade do nazi-fascismo. E ninguém menos que Kral Marx detectou isso, na famosa passagem de A Crítica a Filosofia do Direito de Hegel, em que coloca que "a religião é o ópio do povo", mas completa dizendo que é a necessidade espiritual num mundo que mata o espírito.