26 de setembro de 2009

Roupagem Nova Para Velhos Problemas

A crônica do Jabor sobre mais um golpe de estado na América Latina, dessa vez na pobre e pequena Honduras.

Jabor é um cínico que tenta polemizar. Os mais inteligentes sabem disso, porém, muitas pessoas o levam a sério. Eu não!

Na idade média existiam figuras caricaturadas chamadas "bobos da corte", hoje Jabor representa o que podemos chamar de o "bobo da corte pós-moderno", ou quem sabe, "O bobo da mídia". É pago para tentar polemizar usando clichês e estereótipos.

Em sua última crônica, no "Jornal da Globo" apresentado pelo direitista do William Wack, Jabor disse que existem golpes de estado com perfis totalitários mas que servem para defender regimes democráticos, agora ameaçados por outros regimes autoritários que crescem perigosamente na América Latina, utilizando-se da democracia para suspende-la através do continuismo via reeleições.


Jabor é um cínico pós-moderno, que lembra muito um político holandês, candidato por um partido ultra nacionalista de direita que disse ser um defensor da liberdade e que a holanda era um país historicamente liberal. Porém, um perigo ameaçava esse histórico de liberdade que eram os imigrantes muçulmanos, que possuíam uma cultura autoritária e que por isso era preciso expulsá-los. Isso tem um nome: cinismo.

Não é isso que temos na coluna do bobo da corte pós moderno, uma tentativa de modificar conceitos não passíveis de serem modificados?

Só para lembrar: a dama ferro, rainha do neoliberalismo ficou 17 anos no poder na Inglaterra. Uribe também quer se reeleger, Bush se reelegeu e a Rede Globo apoiou uma ditadura que durou 20 anos por aqui.

É claro que não se trata disso que Jabour falou! A história é a mesma e velha lenga-lenga latino americana: golpe de estado arquitetado pela direita conservadora, aliada aos grandes proprietários, os ricos, a igreja e o exército contra qualquer governo que tente uma política alternativa aos interesses das camadas mais altas da sociedade.

Foi assim no Brasil, na Argentina, no Chile, no Uruguai, recentemente na Venezuela uma tentativa frustrada e agora em Honduras. Basta ver que o presidente golpista nem cara de hondurenho tem.

Enfim, o desespero tomou conta da direita. Por quê? É obvio que depois de décadas de exploração desenfreada, de regimes ditatoriais e neoliberais, foram criados bolsões de misérias, moribundos famintos e carentes, pontos de fuga que precisam e querem muito assistencialismo. Chamem do que quiser, populismo, caudilhismo, novo socialismo. O que interessa é que, citando o velho lobo Zagallo: Eles vão ter que engolir! Gostem ou não!

2 comentários:

Sacripanta disse...

Excelente essa do Jabour. Eu acho que ele tem bons momentos; não são frequentes, mas os tem. Tem gente que serve para fazer a gente pensar, ainda que não concordemos com eles.

Um exemplo melhor disso é o Mainard. Falem o que quiserem, mas eu gosto dele. Não interessa se o que ele diz é de direita ou não.

Mas vocês acham que esse golpe milico em Honduras é um resquício atrasado da onda ditatorial que varreu a América Latina?

Guilherme disse...

Quanto tempo meu camarada!!

Com certeza foi um golpe como os outros:

características:

a)golpe dado pela direita
b)golpe dado quando começava a ser contruído um plano de reforma agrária
c)golpe dado com o apoio da igreja
d)golpe dado com o apoio da elite
e)golpe dado com o suporte do exército
f)golpe dado com medo do esquerdismo que cresce na américa latina

resumo: golpe de esquerda é revolução/ golpe de direita é tentativa de reconstrução da democracia?

complicado...